sexta-feira, 31 de março de 2017

Edifício Hudson sede Correio do Povo - Porto Alegre



Edifício Hudson, Sede do Jornal Correio do Povo,  comprado pelo Grupo Record



Caldas Júnior era jornalista ousado,  fundou o jornal Correio do Povo em 1895,  numa época em que o jornalismo gaúcho era muito partidário, Caldas com apenas 26 anos de idade  tinha o sonho de um jornalismo longe de facções partidárias.  O jornal era impresso num papel rosado e ousou também na profissionalização dos jornalistas e no investimento com tecnologia, foi o primeiro jornal do RS a adquirir impressora rotativa.
 De 2 mil exemplares diários no início, em 1910 já contava com10 mil exemplares. Calda Júnior morreu prematuramente em 1913, ficando sua viúva no controle até 1935, quando assumiu seu filho Breno Alcaraz Caldas, ficando na direção da Companhia Jornalística Caldas Júnior por 50 anos.

O Edifício Hudson foi comprado em 1946 para servir de redação do Jornal.

Suplemento Literário:
Uma das características marcantes desse jornal sempre foi seu teor literário. Colaboravam escritores importantes do século XIX na seção Poetas do Sul, como Zeferino Brasil, Apolinário Porto Alegre, Damasceno Vieira etc.. Poetas do Sul foi substituído pela seção Literatura e Páginas Literárias e a partir de 1967 foi criado o suplemento Caderno de Sábado. Letras & Livros foi o novo título da seção literária a partir de 1981. O poeta Mário Quintana também foi figura marcante do Jornal até sua morte, estreou em 1934 com o poema Madrugada e colaborou até 1994.

Central Record de Comunicações:

Com a instalação da Rádio Guaíba em 1979 a Cia Jornalistica Caldas Júnior entrou em colapso devido a crise econômica no Brasil, deixando de circular em 1984, retornando em 1986, com inovações tecnológicas. Em 2007, o Correio do Povo, a TV Guaíba, rádios AM e FM e o Edifício Hudson foram adquiridos pela Central Record de Comunicações, controlada pelo empresário Edir Macedo.

quinta-feira, 30 de março de 2017

Casa de Cultura Mário Quintana


Casa de Cultura Mario Quintana


Quem visita Porto Alegre não pode deixar de conhecer a Casa de Cultura Mario Quintana, um dos mais completos complexos culturais do Brasil, num grandioso prédio histórico,  tombado pelo IPHAE, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado.
Esse prédio foi por muitos anos hotel, e hoje leva o nome de um dos maiores poetas brasileiros da nossa era que hospedou-se neste hotel durante 14 anos, no apartamento 217, entre 1968 a 1982. Estamos falando do poeta gaúcho, nascido em Alegrete, Mario Quintana.

História do prédio:
O terreno era propriedade de Horácio Carvalho, que contratou o arquiteto alemão radicado no Brasil Theodor Wiederspahn para projetar o primeiro grande edifício da capital. A pedra fundamental foi iniciada em 1916 e somente após dois anos foi concluída a primeira parte do prédio. A parte leste iniciou em 1926. 

A grande ousadia do projeto era a construção de duas alas ocupando os dois lados da Travessa Araújo Ribeiro, unidos por passarelas suspensas, suntuosas criadas com arcadas, colunas, terraços e sacadas. Em 1933 o grandioso prédio já estava com 7 pavimentos na ala leste e cinco na ala oeste. 



Dos anos 30 ao 50 o hotel teve seu auge, período em que recebeu hóspedes ilustres do mundo da política e das artes. como Getúlio Vargas, a artistas famosos, como Virgínia Lane e Francisco Alves. Porém nos anos 60 e 70 decaiu muito, devido ao período desenvolvimentista brasileiro, de estagnação econômica, sofrendo com a concorrência de novos hotéis. Nesse período o hotel recebe um novo perfil de hóspedes, solteiros, viúvos e poetas solitários como Mário Quintana.










Quarto do morador mais ilustre
Acervos Elis Regina

Em 1980 o Banco do Estado do Rio Grande do Sul compra o prédio, que só foi adquirido pelo governo do Estado em 1982, sendo transformado em patrimônio histórico para sediar uma Casa de Cultura. Recebeu o nome de Mario Quintana pela Lei 7803 de 8 de julho de 1982. Entre 1987 e 1990 o antigo hotel foi reformado para transformar-se na Casa de Cultura Mário Quintana, o projeto de reforma interna pertence aos arquitetos Flávio Kiefer e Joel Gorski. Em setembro de 1990 Porto Alegre amanheceu mais alegre com um novo espaço cultural, numa área privilegiada no centro de Porto Alegre.

Jardim José Lutzenberger
Em 2002 o quinto andar ganhou um novo espaço no terraço, o Jardim José Lutzenberger, em homenagem ao ambientalista falecido em 2002. As banheiras inutilizadas do antigo hotel ganharam uso muito original de assentamento de plantas. O Jardim José Lutzenberger apresenta espécies de vários ecossistemas como plantas de banhado, de deserto, de pradarias e dos trópicos.


O prédio tem vários espaços como cinema, cafés, bombonière, livraria, salas , espaços culturais e acervos, tais como a Biblioteca Lucília Minssen, a biblioteca Érico Veríssimo, Acervos Elis Regina e Mário Quintana, Discoteca Pública Natho Henn, Galerias Xico Stockinger e Sotero Cosme, teatros Bruno Kiefer e Carlos Carvalho já abrigou provisoriamente diversos órgãos da Secretaria da Cultura.


Site da Casa de Cultura Mário Quintana:














http://www.ccmq.com.br/site/

terça-feira, 28 de março de 2017

Igreja Nossa Senhora das Dores

Igreja Nossa Senhora das Dores 

A Igreja Nossa Senhora das Dores é a igreja mais antiga da capital gaúcha, a pedra fundamental foi lançada em 1807. Em 1813 a capela-mor estava concluída, podendo  receber a estátua de Nossa Senhora das Dores. O projeto original era em estilo barroco, porém a fachada tem estilo eclético. A obra só foi terminada em 1904. É a única igreja tombada em nível nacional.


A gigantesca escadaria foi terminada em 1873, antes disso o acesso era atrás da igreja na rua Riachuelo.

A pintura do teto tem motivos geométricos e florais do artista Germano Traub. Há predominância do estilo barroco,  ornado com talha dourada e elementos neoclássicos.
Nos nichos estão representados a paixão de Cristo com várias estátuas barrocas em tamanho natural, trazidas de Portugal em 1871.




Essa igreja foi tombada em 1938 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, responsável pelo acervo patrimonial material e imaterial do nosso país.

Catedral Metropolitana de Porto Alegre

A formação das rochas, dos morros da capital gaúcha, granito, favoreceram a construção da magnífica igreja Metropolitana, Igreja Matriz de Nossa Senhora da Madre de Deus de Porto Alegre.
A antiga matriz, pequena e muito destruída  já não servia mais para a comunidade que crescia. As obras da nova matriz, em estilo renascentista iniciaram em 1921 sob os auspícios do arquiteto italiano da Cúria Romana João Battista Giovenale.  No ano seguinte, sem estar pronta foi rezada a primeira missa no local, no dia primeiro de janeiro de 1922. Somente sete anos mais tarde a cripta é inaugurada. Em 1948 estão prontos a nave central e o presbitério. As torres principais, de 50 m de altura, com 6 sinos, foram  inauguradas em 1972, neste mesmo ano ficou pronta a cúpula, com um volume soberbo, 65 m de altura e 18 m de diâmetro, avistada de muitos pontos da cidade. Os mosaicos do frontispício são de 1973. A inauguração da obra completa só aconteceu em 1986.  Uma obra soberba, foram necessários 65 anos de construção, em 2009 foi tombada como patrimônio histórico pela prefeitura de Porto Alegre.




A Catedral está localizada ao lado do Palácio Piratini, me frente a Praça Matriz, destacando-se pelas cores dos mosaicos, realizados pela Academia de Mosaicos do Vaticano.


Mosaicos do frontispício, Maria, Mãe de Deus ao centro, São Francisco de Assis e os mártires jesuítas Roque Gonzales de Santa Cruz, Afonso Rodrigues e Juan del Castillo. Do outro lado estão São Pedro, Papa Pio IX e Santa Teresa de Ávila.
Cenas da Anunciação

Cenas da Crucificação


O interior da igreja, de grandes proporções, podendo abrigar 1.100 pessoas sentadas. Ao fundo no altar-mor há uma estátua de Nossa Senhora com o menino Jesus e ao fundo uma pintura de Aldo Locatelli.

sexta-feira, 24 de março de 2017

Santander Cultural

Porto Alegre, capital do RS oferece um grande número de pontos turísticos, cheios de histórias envolventes. Caminhando pelo centro de Porto Alegre nos extasiamos com um conjunto arquitetônico histórico de grande valor e beleza.

Caminhando pela praça da Alfândega, nos deparamos com artistas apresentando-se em frente a um prédio antigo, belíssimo, de arquitetura neoclássica. É o espaço Santander Cultural. Vale a pena uma visita. São 5.600 m² de área, com subsolo e cinco pavimentos. Ricos vitrais, colunas, esculturas, mármores. Não deixe de apreciar os vitrais franceses da clarabóia do salão central. Foi tombado pelo Patrimônio Histórico Estadual.
Esse prédio antigo foi construído entre 1927 e 1932, foi sede dos bancos da Província, Nacional do Comércio, Sul Brasileiro e Meridional.


 A arquitetura é típica do período, usada na construção de prédios bancários, uma arquitetura eclética predominantemente neoclássica. Projetado pelo engenheiro Hipólito Fabre e o arquiteto Theodor Wiedersphan, os desenhos da fachada e o grupo da escultura do frontispício são de Fernando Corona e os da parte de trás de Alfredo Staege. O interior foi projetado por um arquiteto polonês, Stephan Sobczak. É um prédio imponente e hoje é dedicado à arte.

Ele foi restaurado pelo Banco espanhol Santander, para ser dedicado à arte e cultura, suas características originais foram mantidas, mas sofreu reformas multifuncionais para alojar cinemas, teatro, livraria, café e restaurante. Em 2001 o espaço foi aberto ao público, com uma intensa agenda, sessões de cinema, shows, exposições de arte, espaço da Bienal do Mercosul e oficinas. Desde 2011 são apresentadas exposições individuais de jovens artistas gaúchos.

 Dezembro de 2015 - Decoração natalina em frente ao prédio

Roma