quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Vila Seca

VILA SECA - DISTRITO DE CAXIAS DO SUL - RS


Mapa da região

Óleo da igreja antes da reforma externa


Missa - Festa do Divino - Igreja já não comporta o grande número de fiéis durante a Festa do Divino (2011)
Crianças na procissão do Divino

Vista da igreja e da praça antes de cortarem os ligustros.

Patricio Pasquali, recebeu muitas terras em troca de seu trabalho como agrimensor. E foi nessas terras que nasceu Vila Seca. Por volta de 1912 foi fundada a vila, já havia uma bodega e uma pousada para tropeiros. Por volta de 1937 passou a ser distrito de Caxias do Sul.


Abrange as comunidades de Nossa Senhora Aparecida, Capela São Gotardo, Capela Menino Deus e Boca da Serra.
Com uma área de 13.785 ha, localiza-se a 23 km do centro de Caxias do Sul.
Economia: agricultura familiar, fruticultura, bovinocultura, suinocultura e avicultura.

Os principais eventos são a Festa do Divino, a Festa do Agricultor, a Semana do Distrito e a Festa do Padroeiro.

ARTIGOS DE JORNAL
Uma visão de Mário Gardelin
Anos 80?

CAMPOS DE OURO E PINHEIROS AZULADOS EM VILA SECA

Por volta de 1930, tentaram mudar-lhe o nome. Um dia, apareceu uma grande placa com JOÃO PESSOA. Tradicionalistas, seus moradores rejeitaram o nome do grande republicano, não porque lhe questionassem os méritos, mas sim, porque não queriam desfazer-se de Vila Seca, hoje um dos distritos de Caxias do Sul. Sob a placa (que alguns afirmam ter sido uma pedra) apareceu a palavra NEGO. As opiniões divergiram; formaram-se três correntes:  a primeira, afirmando que estava sendo reproduzida uma palavra do governado nordestino; a segunda, que ele passava de um negro e a terceira que parece ter tido mais voga, de que era a resposta popular ao nome imposto: negava-se-lhe a sanção. O resultado foi que Vila Seca ficou como está ainda agora, depois de ter sido urbanizada por Dante Marcucci, em 1940. A curiosidade mais tangível é que a Rua (e há só uma) tem um nome, contra o qual ninguém reclamou até hoje (mas, também ninguém se preocupou com a tabuleta que caiu e não foi levantada). O nome da rua que é a estrada que une os campos de cima da serra, à Criuva e outro lugares, chama-se ESTADO NOVO. A praça, em compensação, bem sinalizada e bonita onde apetece descansar, traz o nome do então interventor do Rio Grande do Sul: Cordeiro de Farias.
    A vida corre tranquila em Vila Seca, que é uma de nossas povoações mais típicas do interior. Uma igreja de alvenaria, um grande grupo escolar, o cartório de nascimentos e óbitos e o bar do “seu” Alceu Medeiros, onde nunca falta uma cervejinha para molhar a garganta e companheiros para um batepapo descontraído. É onde o subprefeito, o seu Nelson Susin vai saber das novidades do dia. Os jornalistas conhecidos recebem logo o convite para voltar para um churrasquinho, assado sob os capões frondosos dos campos vizinhos. Porque Vila Seca fica à boca do campo, e rodeada por memórias muito antigas.No Morro da Alegria estão sepultados os velhos fazendeiros. Do dono de todos aqueles campos se conta que antes de morrer pediu a coxilha mais alta, porque daí queria ver suas terras de bosques rendados, sangas límpidas e muitos pinheiros. Além está o cemitério do velho Patrício Pasquali, que teve 25 filhos. Mais abaixo, outros cemitérios entre os quais o da pobreza ou do Capão da Erva.
    No arroio das Marrecas, na estrada que vai para Criúva, a municipalidade construiu um magnífico balneário, onde às centenas os caxienses vão espairecer. E aí, os mais antigos, apontam um degolado na Revolução de 1893. Em outro mato, numa encosta, naquela mesma guerra, um negro ia ser sangrado e salvou-se num golpe de esperteza, que ainda hoje se recorda. E nos campos  do Guerra, onde o quartel de Caxias dispara canhão todos os anos, um pretinho foi metido (há setenta anos) dentro de uma bruaca e rolado morro abaixo. Morreu. Foi uma brincadeira, justificaram-se.
    Vila Seca hoje desfruta um panorama soberbo. Uma grande paz domina sua praça, onde, aos milhões, no verão cantam as cigarras. Apenas o pó dos autos que demandam às praias rompe a serenidade. E um céu, profundamente azul, rodeado por campos de ouro e pinheirais azulados, coroa o nosso olhar.

A praça é dominada pela igreja e pelo grupo escolar. Urbanizada em 1940, é o local das brincadeiras da garotada e do passeio dos namorados.

Vila Seca é a típica “strassendorf”: um correr de casas de ambos os lados da rua; uma praça serena e um campo de ouro, com renques de pinheiros azulados.
 É o soberbo panorama dos nossos campos de cima da serra.


Texto de Mário Gardelin (não tenho a data do artigo).


HISTÓRIA - FOTOS ANTIGAS

Igrejinha antiga, de madeira

Roma